Sérgio Santos | MZ
É estranho que só após o final do verão, já em pleno inverno, o Governo Federal tenha liberado recursos para a manutenção da Rodovia BR-156. A versão que se conta à boca pequena é que Sarney, famoso por agir nos bastidores, armou mais essa bomba-relógio para explodir no colo do governo estadual.
O plano
Segundo fonte que pediu para não ser identificada, a ação do senador
maranhense teria sido combinada com o seu afilhado Bruno Mineiro, à época,
secretário estadual de Transportes e já pretenso candidato ao Governo do Estado.
Sabedores de que, sem manutenção adequada, a estrada se dissolveria em lama –
como, aliás, nunca aconteceu nos últimos três anos –, Sarney usaria sua
influência política junto ao Ministério dos Transportes para postergar o repasse
dos recursos financeiros necessários à conservação da via. Já fora do governo, a
mídia comandada pelo senador enalteceria o trabalho do secretário Bruno e, ao
mesmo tempo, acusaria o governo estadual pelas péssimas condições de
trafegabilidade da BR.
Melhor do que a encomenda
Posto em ação, o plano ganhou força com rigoroso inverno que atingiu o
Estado, este ano. As chuvas intensas fizeram alguns trechos da BR-150 virar um
mar de lama, praticamente impedindo a tráfego na rodovia federal, causando
enormes transtornos à população, sobretudo, de Oiapoque, que tem na estrada a
única forma de acesso terrestre ao município.
A repercussão
O tratamento dado por parte da mídia local tentando responsabilizar o Governo
do Estado pelas péssimas condições da rodovia federal parece confirmar a
informação sobre o caráter político-eleitoreiro e intencional do atraso no
dinheiro da União para manter a estrada em boas condições.
Sarney faz escola
Um fato lamentável desse sórdido estratagema político, que não mede as
consequências sociais na luta pelo poder, é o papel desempenhado pelo deputado e
hoje candidato Bruno Mineiro. Durante sua passagem pela Secretaria de Estado dos
Transportes (Setrap), ele teve todo o apoio do governador Camilo para
desempenhar bem a sua missão. Para qualquer político interessado em voos mais
altos, isso seria o suficiente para buscar o apoio da população ao seu projeto
eleitoral. Ele não precisaria ter usado de artifícios políticos, que prejudicam
diretamente a população, para conseguir visibilidade eleitoral.
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