Polêmica decorrente do posicionamento de Randolfe Rodrigues, a de estar sobre o muro
Se teve um brilho que foi ofuscado no mês das festas juninas poderia,
sim, ser o brilho do senador Randolfe Rodrigues, porque de pré-candidato
a presidência da república, não saiu candidato a nenhum cargo
majoritário nessas eleições. Ações que foram tomadas - talvez para
preservar a liderança que representa para a esquerda amapaense - podem
ter saído do compasso para passos equivocados nos últimos minutos de
junho; atitudes tomadas provavelmente por causa da conjuntura da
política local, o do avanço do conservadorismo no Amapá nessas eleições
(ou por dados de pesquisas), o senador teve que divergir da maioria do
partido, o PSOL, e ficar distante dos apoios diretos até aqui. Por causa
deste distanciamento é que o analista político Rup Silva teceu críticas
ao senador. A resposta veio logo.
O fígado não é o lugar da boa política
Por Márcia Correa
Do alto de sua sapiência e experiência de vida, sobretudo como profissional de saúde e cronista político, o senhor Rup Silva deveria se dirigir com mais respeito às pessoas que, concordando ou discordando de suas ideias, tem uma trajetória respeitável na vida pública do Amapá. A vulgar afirmativa de que o senador Randolfe Rodrigues precisa “procurar tratamento médico”, em razão de discordância político eleitoral, é inaceitável e própria de quem não compreende que um processo político se constrói com tolerância e, sobretudo, compreensão das nuances que o compõem.
Não é de hoje, mas já era tempo, de o senhor Rup Silva aprender que política não se faz com o fígado, mas com a razão e com a alma em sintonia. Sempre que o processo foge à sua compreensão ou aceitação, esse senhor se reporta às pessoas sem nenhum critério ético ou argumento amparado na razão. Pessoas que outrora já se posicionaram com ele de forma aliada, assim como poderão vir a se posicionar novamente – porque esse movimento é próprio da política.
Reafirmo suas próprias palavras, quando diz que o Amapá “nesse momento realiza um esforço gigantesco para se livrar da corrupção crônica que atrasa o seu desenvolvimento, que avilta nossas consciências, que rouba nosso dinheiro”, e asseguro que não é desqualificando e desconsiderando a importância do senador Randolfe Rodrigues para o cenário complexo atual, que conseguiremos tal intento.
Sobre sapatear ou dançar, gostaria de lembrar que durante sua vida inteira na política, Randolfe sapateou e dançou sobre os adversários da democracia, da liberdade e sobre os corruptos que vulnerabilizaram o Amapá e querem voltar, pelo jeito com a ajuda sim de intolerantes como o senhor, que não compreendem a construção de uma aliança senão como um processo adesista, onde o aliado entra de cabeça baixa e sai com os olhos no chão.
Ainda bem que o senhor Rup Silva não representa o pensamento contemporâneo do PSB, que aliado à experiência da gestão, que nos torna todos ainda mais flexíveis e tolerantes por nos deparar com a realidade e com as dores e necessidades do povo, vem, junto com o PSOL, aparando arestas, curando feridas, tratando com fraternidade as diferenças em nome do interesse maior da sociedade.
Fazer o papel de cobrador de impostos da Idade Média, cujos critérios unilaterais e injustos só atendem aos interesses de um lado, não contribui em nada para sanear o que precisa ser saneado. O senador Randolfe sempre teve posicionamentos claros e precisos contra os corruptos do Amapá e do Brasil, porém, não é de seu estilo, e nunca será, aderir a demandas políticas sem refletir sobre elas e sem, sobretudo, participar de sua construção de forma crítica e ativa.
Afirmar que o senador Randolfe “chora a saída de Sarney da cena política do Amapá”, quando ele mesmo foi um dos principais articuladores desse cenário, é de uma leviandade escabrosa, que não tem outro objetivo a não ser o de confundir o debate e carimbar uma injustiça em quem não merece.
É bom lembrar que o senador Randolfe teve como primeira atitude política no seu mandato de Senador, o peito de se lançar candidato à presidência do Senado contra Sarney, colocando em cheque sua “unanimidade” e forçando o país a debater as entranhas daquela Casa de Leis.
Randolfe nunca desconheceu o apoio do PSB à eleição do prefeito Clecio Vieira, tanto que abriu mão de se lançar candidato ao governo do estado, quando as pesquisas internas do PSOL apontavam sua franca vantagem sobre todos os possíveis adversários. Saiu da cena local, se lançou candidato a presidente da República para deixar possível o caminho de construção da aliança com o PSB.
Essa lógica do senhor Rup Silva, de que o PSB está “socorrendo” o prefeito “pela segunda vez”, é despolitizada e desagregadora. A troca de socorros, porque, sim, a mão é dupla, não cabe nessa conjuntura, e nem em nenhuma outra que se pretenda construir com razoabilidade e interesses republicanos, mas sim a construção de um projeto comum de sociedade, no qual PSOL e PSB, ainda que trilhando caminhos espinhosos em algumas ocasiões, tem sim legitimidade para repactuar.
“Ah! São tantas as cobranças, todas pertinentes...”, reproduz o senhor Rup Silva, como um pensador que sustenta seu raciocínio na mentalidade feudal, como já mencionei, cobrando indiscriminadamente e permanentemente seus “vassalos”, porque no feudalismo mandava quem podia e obedecia quem tinha medo. Águas muito passadas, os tempos, senhor Rup Silva, mudaram. Mude o senhor também, faz bem.
O fígado não é o lugar da boa política
Por Márcia Correa
Do alto de sua sapiência e experiência de vida, sobretudo como profissional de saúde e cronista político, o senhor Rup Silva deveria se dirigir com mais respeito às pessoas que, concordando ou discordando de suas ideias, tem uma trajetória respeitável na vida pública do Amapá. A vulgar afirmativa de que o senador Randolfe Rodrigues precisa “procurar tratamento médico”, em razão de discordância político eleitoral, é inaceitável e própria de quem não compreende que um processo político se constrói com tolerância e, sobretudo, compreensão das nuances que o compõem.
Não é de hoje, mas já era tempo, de o senhor Rup Silva aprender que política não se faz com o fígado, mas com a razão e com a alma em sintonia. Sempre que o processo foge à sua compreensão ou aceitação, esse senhor se reporta às pessoas sem nenhum critério ético ou argumento amparado na razão. Pessoas que outrora já se posicionaram com ele de forma aliada, assim como poderão vir a se posicionar novamente – porque esse movimento é próprio da política.
Reafirmo suas próprias palavras, quando diz que o Amapá “nesse momento realiza um esforço gigantesco para se livrar da corrupção crônica que atrasa o seu desenvolvimento, que avilta nossas consciências, que rouba nosso dinheiro”, e asseguro que não é desqualificando e desconsiderando a importância do senador Randolfe Rodrigues para o cenário complexo atual, que conseguiremos tal intento.
Sobre sapatear ou dançar, gostaria de lembrar que durante sua vida inteira na política, Randolfe sapateou e dançou sobre os adversários da democracia, da liberdade e sobre os corruptos que vulnerabilizaram o Amapá e querem voltar, pelo jeito com a ajuda sim de intolerantes como o senhor, que não compreendem a construção de uma aliança senão como um processo adesista, onde o aliado entra de cabeça baixa e sai com os olhos no chão.
Ainda bem que o senhor Rup Silva não representa o pensamento contemporâneo do PSB, que aliado à experiência da gestão, que nos torna todos ainda mais flexíveis e tolerantes por nos deparar com a realidade e com as dores e necessidades do povo, vem, junto com o PSOL, aparando arestas, curando feridas, tratando com fraternidade as diferenças em nome do interesse maior da sociedade.
Fazer o papel de cobrador de impostos da Idade Média, cujos critérios unilaterais e injustos só atendem aos interesses de um lado, não contribui em nada para sanear o que precisa ser saneado. O senador Randolfe sempre teve posicionamentos claros e precisos contra os corruptos do Amapá e do Brasil, porém, não é de seu estilo, e nunca será, aderir a demandas políticas sem refletir sobre elas e sem, sobretudo, participar de sua construção de forma crítica e ativa.
Afirmar que o senador Randolfe “chora a saída de Sarney da cena política do Amapá”, quando ele mesmo foi um dos principais articuladores desse cenário, é de uma leviandade escabrosa, que não tem outro objetivo a não ser o de confundir o debate e carimbar uma injustiça em quem não merece.
É bom lembrar que o senador Randolfe teve como primeira atitude política no seu mandato de Senador, o peito de se lançar candidato à presidência do Senado contra Sarney, colocando em cheque sua “unanimidade” e forçando o país a debater as entranhas daquela Casa de Leis.
Randolfe nunca desconheceu o apoio do PSB à eleição do prefeito Clecio Vieira, tanto que abriu mão de se lançar candidato ao governo do estado, quando as pesquisas internas do PSOL apontavam sua franca vantagem sobre todos os possíveis adversários. Saiu da cena local, se lançou candidato a presidente da República para deixar possível o caminho de construção da aliança com o PSB.
Essa lógica do senhor Rup Silva, de que o PSB está “socorrendo” o prefeito “pela segunda vez”, é despolitizada e desagregadora. A troca de socorros, porque, sim, a mão é dupla, não cabe nessa conjuntura, e nem em nenhuma outra que se pretenda construir com razoabilidade e interesses republicanos, mas sim a construção de um projeto comum de sociedade, no qual PSOL e PSB, ainda que trilhando caminhos espinhosos em algumas ocasiões, tem sim legitimidade para repactuar.
“Ah! São tantas as cobranças, todas pertinentes...”, reproduz o senhor Rup Silva, como um pensador que sustenta seu raciocínio na mentalidade feudal, como já mencionei, cobrando indiscriminadamente e permanentemente seus “vassalos”, porque no feudalismo mandava quem podia e obedecia quem tinha medo. Águas muito passadas, os tempos, senhor Rup Silva, mudaram. Mude o senhor também, faz bem.
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