quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Justiça bloqueia bens do ex-vereador Venício Santos, presidente do PSB de Santana



O ex-vereador Venício Santos é acusado de improbidade administrativa pelo Ministério Público e de ter desviados cerca de R$ 36 mil dos cofres da Câmara de Santana

Por Heverson Castro

Os bens do ex-vereador e presidente da Executiva Municipal do PSB, Venício Santos, foram bloqueados por ordem da 2º Vara Cível de Santana. A decisão é da juíza Elaine Nunes do Nascimento Pingarilho e pede a indisponibilidade dos bens até o valor de R$ 36.000 (trinta e seis mil reais).

O bloqueio é resultado de uma ação de improbidade administrativa do Ministério Público contra Venício Santos, a sua esposa Geise Naira Serrão de Almeida e a ex-assessora parlamentar Alba Lima Palmerim. 

O trio é acusado de receberem valores destinados ao ressarcimento de despesas relacionadas ao exercício do mandato parlamentar de vereador com base em contratos simulados, não efetivamente executados, a chamada verba indenizatória. A decisão é do dia 12 de agosto, foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico no dia 14, mas certificação só foi registrada junto ao Banco Central no dia 18 de agosto. 

Além de Venício do Socorro Gomes dos Santos que é empresário no município, a justiça também decretou a indisponibilidade dos bens de Geise Naira Serrão de Almeida, esposa do ex-vereador e de Alba Lima Palmerim, que em 2014 foi nomeada assessora parlamentar e em 2013 também prestou serviços para o gabinete do parlamentar na Câmara Municipal de Santana.

Segundo a denúncia do Ministério Público feita em março pelo promotor Afonso Guimarães, parte dos ressarcimentos recebidos por Venício Santos decorreu da locação de um veículo LOGAN, marca RENAULT, placas NEI-6687, que ele locou junto à terceira denunciada, Alba Lima Palmerim. 

Conforme contrato firmado em 01/08/2013, com vigência de cinco meses, o custo mensal seria de R$ 4.800,00 (quatro mil e oitocentos reais), gerando o montante ressarcido de R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais) conforme as cópias do contrato de locação e dos respectivos recibos apresentados pelo MP durante as investigações.

Conforme aponta o MP, não satisfeito com a locação do veículo, Venício Santos no dia 02/01/2014, promoveu a contratação da proprietária do veículo locado para prestar-lhe serviços de apoio e assessoramento pelo prazo de 12 meses com valor mensal de R$ 1.000,00 (hum mil reais) que somados totalizam R$ 12.000,00 (doze mil reais).

As investigações revelaram, contudo, que ambas as contratações não passaram de simulação para permitir a apropriação ilegal do dinheiro público por parte de Venício que, contando com a colaboração decisiva das outras denunciadas, concretizou o intento criminoso. 

Verba Indenizatória
Em novembro de 2001, através da Lei nº 549/2001, a Câmara Municipal de Santana (CMS) instituiu a chamada Verba Indenizatória do Exercício Parlamentar, destinada “ao ressarcimento de despesas diretamente relacionadas ao exercício do mandato parlamentar de vereador”. A referida lei foi disciplinada e regulamentada pelo Ato de Mesa Diretora nº 001/2002-CMS.

Com isso, cada vereador de Santana passou a ter direito ao ressarcimento de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês com despesas diretamente relacionadas ao exercício do mandato parlamentar. Em 30 de dezembro de 2013, o valor passou para R$ 7.000,00 (sete mil reais) mensais, conforme a resolução nº 010/2013-CMS.

As investigações do MP
Desde o início do ano, o Ministério Público investiga o uso indevido da verba indenizatória por parte dos vereadores de Santana. Segundo informações, o MP já teria quebrado o sigilo de vários vereadores da atual legislatura e da legislatura passada. 

O total de vereadores e ex-vereadores pode chegar a 15 pessoas, já que existem suspeitas que um suposto esquema criminoso nos molde dos escândalos da Assembleia Legislativa também seria operado dentro da Câmara Municipal de Santana. 

Na semana passada o Ministério Público também realizou diligências na Câmara Municipal de Santana a fim de obter respostas sobre gastos de alguns vereadores da atual legislatura e da legislatura passada. Além disso, novas denúncias devem ser ofertadas contra outros parlamentares.

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