Por Heverson Castro
A frase acima foi dita por Yanis Varoufakis, ex-ministro das Finanças da Grécia, após renunciar ao cargo de ministro por conta de pressão dos credores da troika, que pediu a sua cabeça após a vitória do povo em plebiscito que derrotou a ditadura do mercado que quer massacrar o povo daquele país.
A frase acima foi dita por Yanis Varoufakis, ex-ministro das Finanças da Grécia, após renunciar ao cargo de ministro por conta de pressão dos credores da troika, que pediu a sua cabeça após a vitória do povo em plebiscito que derrotou a ditadura do mercado que quer massacrar o povo daquele país.
O debate
atual do PT de Santana nos leva refletir sobre a posição tomada pelo grupo da
deputada Marcivania Flexa, que sem respeitar as instâncias ou a construção em
curso por diversas lideranças e correntes do partido, decidiu lançar um nome à
revelia da construção coletiva que visa a unidade do PT para 2018, tendo como
principal objetivo derrotar as forças do atraso e do caos que se instalaram na
Prefeitura.
Antes de
mais nada é importante ressaltar, que em tese Marcivânia teria a prioridade no
partido pra disputar a Prefeitura em 2016, mas sem comunicar o partido sobre a
sua decisão pessoal de recuar, decidiu lançar o marido e fugir da tarefa
política e das rodadas de conversas feitas pelas principais lideranças do PT.
A postura do
grupo da deputada petista ao lançar Odair Freitas pré-candidato a prefeito,
utilizando-se de uma entrevista em blog, quando poderia levar o debate para a
direção do partido, abriu brecha para que esse debate se torna-se público.
A decisão do
grupo de Marcivânia é isolada e não conta com o apoio da maioria do partido, já
que a comissão de lideranças que dialogam pra chegarem em um denominador comum
foi avalizada pelo congresso municipal do PT. A postura é vista por diversos
dirigentes como uma forma de tentar tumultuar o processo de escolha do partido
por meio da democracia interna e da construção coletiva, ignorando e desrespeitando
outras lideranças.
Com a
desistência de Marcivânia que primeiramente deveria ter sido comunicada a
direção do PT em respeito até mesmo a militância e aos dirigentes vai de
encontro ao espírito coletivo do petismo. O que seria mais coerente do ponto de
vista coletivo, seria apoiar os outros nomes que já estavam colocados (Zé
Roberto, Richard Madureira e Isabel Nogueira).
Parece que
não é o espírito coletivo que move o grupo político da deputada, mas sim um
projeto megalomaníaco de poder que chega se tornar arrogante diante do petismo
e até mesmo um projeto que beira a ser de uma pequena oligarquia, prática
política no passado criticada pelo casal ao justificar a negativa de apoio ao
PSB na campanha de 2010.
Marcivânia e
Odair Freitas chegaram a disparar as suas metralhadoras cheias de mágoas contra
a Frente Popular, aliança de esquerda do PT com o PSB, acusando o partido de estar
a serviço de um projeto familiar e atua postura chegar a ser desrespeitosa, já
que pelo menos a decisão do PT de formar uma frente de esquerda foi tomada
coletivamente pela maioria dos delegados em congresso.
Diante
disso, o que se observa na verdade é que sabendo que a maioria dos dirigentes
partidários e militantes petistas não irão apoiar o nome do seu esposo Odair
Freitas, a deputada Marcivânia tenta achar um motivo pra que no futuro ache uma
desculpa pra não apoiar um outro nome decidido pelo PT.
O certo é
que Marcivânia e seu grupo há tempos não respeitam o debate orgânico do PT e
atual direção. Isso fica claro na entrevista de Odair Freitas quando afirma que
“o grupo tem discutido e apelado para
que eu seja candidato”, demonstrando que desrespeita um encaminhamento
da Executiva e do Congresso do PT que apontava quatro nomes como pretensos
candidatos (Marcivânia, Zé Roberto, Isabel Nogueira e Richard Madureira). Ora,
se a deputada não tinha pretensão de ser candidata e desejavam lançar o marido
Odair Freitas, por que não comunicaram tal pleito durante o congresso municipal
do PT que aconteceu em abril? Isso só demonstra que não respeitam a construção
coletiva.
Em outro ponto da entrevista, em tom
arrogante e desrespeitoso aos outros companheiros do PT que há meses se colocam
a disposição do partido pra serem candidatos, Odair Freitas chega vociferar: “A nossa prioridade é recuperar Santana. Ela
não está abdicando de ser candidata. Se chegarmos a determinado momento e
percebermos que não existem condições pro nosso nome, ela com certeza será a
candidata.”
Observem que Odair Freitas fala como um
cacique político que mandasse no PT e que o futuro do partido depende da
vontade pessoal dele e de sua esposa que é deputada federal e que o mandato
pertence ao partido, mas nunca sequer foi debatido os rumos nas instâncias
municipais e estaduais.
A postura do casal é apenas a ponta do
iceberg do que vem pela frente. A deputada tinha a prerrogativa de ser
candidata porque era o nome mais bem colocado politicamente, mas por conta de
ambições de um projeto de poder no futuro, onde deseja disputar uma vaga de
Senado, toma essa decisão sem nenhuma construção coletiva, mas de uma prática
de um clã político com ares de coronelismo.
Na verdade ambos tentam provocar uma
crise interna no partido pra que no futuro tenham motivos pra não apoiar um dos
três nomes (Isabel, Richard e Zé Roberto), que deve ser escolhido em breve pela
legenda.
O PT é maior que isso e deve superar as
investidas de projetos pessoais e como principal partido de oposição em
Santana, tem a árdua tarefa de derrotar as forças do atraso que governam a
cidade e essa tarefa deve ser construída de forma coletiva, combatendo as
ambições pessoais e projetos pessoais e familiares que desconstroem o partido.
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