sexta-feira, 10 de julho de 2015

Robson Rocha joga a toalha e admite derrota em briga com taxistas

Na última sessão ordinária do primeiro semestre, o prefeito Robson Rocha encaminhou oficio à Mesa Diretora da Câmara de Santana, desistindo do "PL megalomaníaco" que atacava os direitos dos taxistas.

Por Heverson Castro

Após inúmeras sessões, três meses de pressão política da opinião pública e de forte mobilização da classe, o prefeito Robson Rocha (PR) resolveu jogar a toalha na briga que resolveu travar com os taxistas do município de Santana.

A decisão foi comunicada por meio de ofício endereçado a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Santana (CMS), onde o prefeito comunica a desistência do Executivo em alterar a atua legislação que trata da permissão de placas e do serviço de táxi na cidade.

A briga de Robson Rocha durou meses  provocou forte mobilização da categoria que por diversas sessões chegou a lotar as sessões da Câmara para pressionar os vereadores a não votarem o Projeto de Lei Nº 001/2015, que visava mudar a regulamentação o serviço de transporte de passageiros em veículos de aluguel tipo taxi no município.

Ataques aos direitos dos taxistas

Uma das mudanças propostas pelo prefeito Robson Rocha no PL abriria brechas para que empresas legalmente constituída no município pudessem participar de novas licitações de placas de táxi.

Para a oposição e os representantes do Sindicato dos Taxistas (Sintaxi) e da Cooperativa de Taxistas de Santana (Coopertaxi), o PL abriria brecha no artigo 4º para a chamada “privatização” do serviço de taxi, além  da concorrência desleal entre empresas legalmente constituída e os profissionais autônomos.

Outro ataque aos taxistas era previsto no artigo 8º que outorgava plenos poderes a Superintendência de Trânsito e Transporte do Município de Santana – Sttrans, que passaria a dominar a Comissão de Licitação, responsável em conceder novas placas de taxi na cidade.

Na visão de alguns taxistas esse artigo iria favorecer o conchavo e o apadrinhamento político, tornando o processo viciado já que somente a Prefeitura por meio do Sttrans iria comandar todo o procedimento licitatório.

Além disso, o artigo 9º afirma que teria prioridade para ganhar uma placa de taxi, o profissional que tivesse o maior número de dependentes, em detrimento do maior tempo de exercício da profissão de taxista.

O desgaste com a base aliada e a categoria

A lei que o prefeito Robson Rocha tentava alterar é de autoria do vereador Dr. Fábio (PMDB), presidente da Câmara.  A briga de Robson Rocha com os taxistas provocou atritos com o presidente do legislativo, que pediu vistas do PL e com o apoio da oposição e parte da base aliada, decidiu enfrentar a ofensiva do prefeito contra os taxistas e a atual legislação que é de sua autoria.

A tentativa de aprovar do PL de Robson Rocha que atacava os taxistas chegou a ser articulado pelo governo através do vereador Anderson Almeida (PR), que já foi taxista e chegou a ser um dos principais defensores da proposta.

A tentativa de golpe nos taxistas queimou Anderson Almeida e Robson Rocha no meio da categoria. O episódio com a categoria levou o vereador Anderson Almeida ao papel ridículo de confessar não ter lido todas as 15 laudas do PL, mostrando total subserviência ao prefeito Robson Rocha, mesmo diante de um projeto que ataca uma categoria que um dia já fez parte.

Derrota política na Câmara

A derrota de Robson Rocha já era visível e diante da falta de apoio da categoria e da maioria dos vereadores, o prefeito resolveu jogar a toalha e desistir da ofensiva contra os taxistas.

Na última sessão ordinária do semestre, antes do recesso parlamentar, o PL foi arquivado pela Mesa Diretora, após a comunicação oficial do prefeito e continua vigorando a atual lei do vereador Dr. Fábio, presidente da Câmara que garante os atuais direitos aos taxistas de Santana.

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