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Decisão do senador José Sarney (PMDB) de não se candidatar à reeleição
ao Senado foi comunicada por ele nesta terça (24) ao presidente nacional
de seu partido, o também senador Valdir Raupp; segundo Raupp, Sarney
explicou que ele e a mulher, Marly, têm passado por vários problemas de
saúde que requerem mais atenção; "Ele me disse que já cumpriu a missão
dele na política, pelo menos por enquanto. Falou da questão da saúde da
família, da dona Marly, dele inclusive, que tem tido muitas dificuldades
de saúde nos últimos tempos", disse
Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil
A decisão do senador José Sarney (PMDB-AP) de não se candidatar à
reeleição ao Senado foi comunicada por ele hoje (24) ao presidente
nacional de seu partido, o também senador Valdir Raupp (PMDB-RO).
Segundo Raupp, Sarney explicou que ele e a mulher, Marly, têm passado
por vários problemas de saúde que requerem mais atenção.
"Eu conversei com ele hoje pela manhã e ele me disse que já cumpriu a
missão dele na política, pelo menos por enquanto. Falou da questão da
saúde da família, da dona Marly, dele inclusive, que tem tido muitas
dificuldades de saúde nos últimos tempos. Então ele está abrindo mão de
disputar a candidatura ao Senado pelo estado do Amapá e o Gilvam Borges
deve sair no lugar dele", disse o presidente do PMDB.
Segundo Raupp, todos no partido estão "tristes" com a decisão de
Sarney, mas acreditam que ele continuará atuando como "conselheiro" e
trabalhando pelas alianças eleitorais. Sobre os boatos de que a decisão
foi motivada pelo receio de derrota, Raupp disse que pesquisas feitas
pelo PMDB demonstram o contrário. "Nós fizemos uma pesquisa no ano
passado que apontava que ele tinha 53% [de aprovação]. Ele também
aparecia em primeiro lugar como o responsável pelos grandes
investimentos do governo federal no Amapá. Sinceramente, se ele fosse
para a campanha, acho que ele conseguiria vencer a eleição, sim. Para
quem já está consolidado, quanto mais candidatos saírem melhor", disse.
Aliados de Sarney evitaram comentar a saída dele da vida pública,
entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que não
quis falar sobre o assunto com a imprensa hoje. Outros, entretanto,
disseram esperar que ele reveja a decisão. "Se for real, eu espero que
essa decisão possa ser revista", disse o ministro da Secretaria-Geral da
Presidência da República, Gilberto Carvalho.
Ele lembrou que Sarney usou sua influência política a favor dos
governos petistas e lamentou o anúncio da saída. "Aprendi a conviver com
ele e aprendi a entender a importância dele para o governo,
especialmente, e para o país como um todo. Para o governo a importância
dele é inestimável, ele esteve ao lado da presidenta Dilma [Rousseff]
nos momentos mais duros", disse Carvalho, que se reuniu com Renan
Calheiros na tarde de hoje.
Colega de partido de Sarney, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) disse
que ele já vinha há muito tempo comentando com os mais próximos sobre a
intenção de se aposentar. Na opinião dele, a decisão ainda pode ser
revista, mas é preciso respeitá-la diante dos problemas de saúde que a
esposa de Sarney tem apresentado e da idade do ex-presidente da
República, que tem 84 anos. "O Sarney é um homem público que marcou a
história da política brasileira. Com a sua idade, mas do alto de sua
experiência política, ele é de uma lucidez. Ele ainda pode oferecer ao
PMDB e ao país muito trabalho", disse.
José Sarney foi o primeiro presidente da República civil após o
regime militar. Ele assumiu o cargo na condição de vice após a morte de
Tancredo Neves, em 1985. O senador é considerado pelos aliados como peça
fundamental na redemocratização do país, mas também criticado pela má
condução da economia durante seu governo e pelo fraco desempenho na área
social. Foi presidente do Senado quatro vezes e tem 59 anos de vida
pública.
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