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Helena Lima rompeu o silêncio e criticou publicamente o prefeito Ofirney Sadala por erros na gestão, rechaçou o corte no duodécimo por parte do Executivo e saiu em defesa da ex-secretária Francinete Lobato, condenando a sua exoneração precoce na Educação. |
Por Heverson Castro
Acompanhada dos vereadores
Rarison Santiago e Francisco do Carmo Griti, colegas de bancada do Partido Republicano
Progressista (PRP), a vereadora professora Helena Lima, presidente da Câmara
Municipal de Santana (CMS), concedeu uma entrevista exclusiva ao programa
Santana em Debate da 105.9 FM no final da tarde desta segunda-feira, 07, rompendo
o silêncio sobre as questões políticas do parlamento e a relação conturbada com
o prefeito Ofirney Sadala (PHS).
A presidente da CMS esclareceu as
diversas dúvidas sobre a legalidade da antecipação da eleição da Mesa Diretora
para o biênio 2019-2020, ressaltando que a nova composição terá a participação
da oposição, fortalecendo o poder legislativo, dando mais autonomia e
independência frente ao Executivo Municipal.
O pacto com a bancada de
oposição, que passa a contar com 4 integrantes na Casa, deve ocupar a
vice-presidência com Coló (PSL) e a segunda secretaria com Robson Coutinho
(PR). O pacto rachou a base aliada de Sadala e parte dos vereadores que fazem
parte da atual Mesa Diretora até dezembro 2018.
Helena Lima lembrou que a eleição
só foi antecipada por conta do movimento de um grupo dissidente de 6 vereadores,
que teria tentado articular o seu afastamento nos bastidores e que tentam
prejudicar a sua gestão e o andamento dos trabalhos na Casa.
Críticas ao governo Sadala
A vereadora Helena Lima afirmou
que o governo de Ofirney Sadala (PHS) precisa corrigir os rumos da sua gestão e
aprender com os erros cometidos no primeiro semestre de 2017, lembrando que
existe um descontentamento de parte da população que ainda espera respostas do
prefeito de Santana sobre as promessas feitas durante a campanha eleitoral.
Helena Lima, respondeu aos
questionamentos sobre a Educação Municipal e avaliou como negativa a saída da
ex-secretária Francinete Lobato, o que acabou prejudicando o planejamento do
retorno das aulas na rede municipal após o período de férias no mês de julho.
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Helena criticou prefeito Ofirney por troca na Seme |
“Eu como vereadora, professora que sou, vejo
que falta muito e ainda está longe de realmente acertar e ter um direcionamento
no governo. A gente ver que ainda tem muitas falhas, mas o que a gente observa
por ter acesso, está participando de reuniões e indo questionar e fiscalizar em
busca das coisas que estão acontecendo, é que a equipe [de governo] trabalha
incansavelmente e que tem todo interesse de acertar, mas tem alguns entraves
que ainda não conseguiram acertar”, disse a vereadora Helena Lima.
Além de criticar a mudança precoce
na Secretara Municipal de Educação (Seme), Helena declarou que como professora,
defenderia a permanência da ex-secretária Francinete Lobato, exonerada há duas
semanas da pasta, após entregar o cargo por divergências políticas de rumos na
pasta e por supostas interferências partidárias e ingerência política do grupo
do deputado estadual Jory Oeiras (PRB), aliado do prefeito Ofirney Sadala, que
seria o dono do feudo na Educação.
“A Secretaria de Educação é uma
das secretarias que você tem prazo para tudo. Uma mudança de gestão traz
transtornos e problemas. Essa questão do atraso das aulas é exatamente por
conta da mudança de gestão. Isso era inevitável por conta disso, ” criticou a
parlamentar.
Sem nota 10
Ao ser provocada para avaliar o
desempenho do prefeito Ofirney Sadala à frente da gestão e se ele estaria sendo
um bom aluno nos 7 meses de governo, a presidente da Câmara Municipal não
titubeou.
“Fica difícil hoje para dar uma
nota para o prefeito e dizer o prefeito é nota 10, porque todo mundo sabe que
não está nota 10. A gente espera que
chegue a essa nota...a gente ver que ele tenta acertar”, disparou a presidente
Helena Lima na primeira avaliação pública como aliada dos primeiros meses da
gestão Ofirney Sadala.
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Vitoriosa: Decisão de antecipar eleição para o biênio 2019-2020 não agradou os vereadores Fabiano Leandro e Kátia Lima |
Tapetão
A presidente Helena Lima lembrou
que a sua reeleição antecipada tem toda a legitimidade do plenário soberano da
Câmara, pois contou com o apoio da maioria dos edis e seguiu à risca o
Regimento Interno da Câmara e que essa prática já é corriqueira em outros
legislativos e foi realizada no passado em outras legislaturas.
Além do seu
voto, Helena Lima obteve mais 8 votos dos seguintes vereadores durante a
votação: Anderson Almeida (DEM), Angelo Santos (PCdoB), Coló (PSL), Griti
(PRP), Marco Aurélio (PSD), Robson Coutinho (PR), Socorro Nogueira (PT) e
Rarison Santiago (PRP).
Os 9 vereadores que apoiaram a
reeleição antecipada travam uma batalha política pelo poder dentro da CMS
contra outro grupo de 6 vereadores, que chegaram a impetrar com um mandado de
segurança para tentar anular a eleição.
Mas ainda nesta segunda-feira, a juíza Eliane Pingarillo
decidiu não acatar o pedido de liminar protocolado por um grupo de 5 vereadores:
Josivaldo Abrantes (PDT), Katiane Lima (PTN), Jailson Matos (PR), Fabiano
Leandro (PR) e Vicente Marques (PSDC), não interferindo por ora no embate
político que promete estremecer as relações dentro do poder legislativo e com a
base de Ofirney Sadala na Câmara que recorreu ao tapetão.