sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Dora Nascimento define com prefeitos gestão sustentável para os municípios amapaenses

Reunida com dez prefeitos e dois diretores do Projeto Ekkos, a governadora em exercício, Dora Nascimento, definiu na quinta-feira, 17, a adesão dos municípios amapaenses ao modelo de Cidades Sustáveis. A reunião, no Palácio do Setentrião, selou a carta-protocolo que havia sido assinada pelo governador Camilo Capiberibe em outubro passado. Com a decisão, Amapá e Goiás são os primeiros estados da Federação a definir como prioridade projetos que conciliam o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente.
Além da governadora em exercício, Dora Nascimento, do chefe de Gabinete Civil, Délcio Magalhães, e do secretário da Infraestrtura, Joel Banha, participaram do encontro os diretores Eduardo e João Gabriel Gizbert, do Movimento Ambientalista Interregional (MOAI), e os seguintes prefeitos: Allan Sales, vice-prefeito de Macapá; David Nunes, vice-prefeito de Mazagão; Francisco de Assis, prefeito de Amapá; Valdo Isackson, prefeito de Ferreira Gomes; Tonho Matapi, prefeito de Porto Grande; Wilson de Souza, prefeito de Pedra Branca do Amapari; José Maria Lobato, prefeito de Serra do Navio; Eliane do Nascimento, prefeita de Cutias do Araguari; Júnior Leite, prefeito de Pracuúba; e Dielson de Souza, prefeito de Vitória do Jari.
Cidades Sustentáveis
Precedida de um documentário sobre a consolidação de experiências do Projeto Cidades Sustentáveis - que nasceu na Dinamarca -, os diretores da ONG explicaram que o modelo de gestão sustentável foi evidenciado pela primeira vez na Eco 92 e ratificada na Rio + 20, conferências da ONU realizadas no Rio de Janeiro.
Apesar de a Dinamarca ter se consolidado como país símbolo da economia verde, a governadora em exercício Dora Nascimento destacou que "no intervalo entre as duas conferências da ONU, o Amapá foi pioneiro através do PDSA (Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá), implantado na administração do então governador João Alberto Capiberibe, atual senador".
O consultor Eduardo Pichitelli disse que "o Amapá tem muitas potencialidades e até vantagens para implantar ações de sustentabilidade". Comparado com as cidades paulistas, onde os consultores mantêm sua base, o Amapá alia a preservação histórica de sua floresta nativa com o início de um novo ciclo de desenvolvimento, que foi desenhado e concretizado pelo ex-governador João Capiberibe.
"Se em 1992 havia apenas linhas conceituais, hoje existe a consciência mundial de que não se trata apenas de preservar o meio ambiente, mas estabelecer um padrão de desenvolvimento que garanta a preservação da raça humana", acentuou João Gabriel.
Usinas de carbonização
O principal foco da reunião foi a destinação final do lixo urbano. Os consultores apresentaram a proposta de instalação de usinas de carbonização dos resíduos sólidos. Trocando em miúdos: o lixo será carbonizado e transformado em matérias-primas rentáveis para a indústria sem qualquer custo para os municípios.
Segundo o modelo apresentado, as instalações industriais poderão ser implantadas por empresas privadas com a contrapartida dos municípios. As prefeituras entrariam com a doação de áreas, verba de custeio para processamento dos resíduos, destinação dos resíduos e concessão administrativa para exploração do serviço por um período de 30 anos.
Os benefícios da usina de carbonização são a geração de 120 empregos diretos, nenhuma contaminação do lençol freático, redução dos gastos com saúde pública e aumento da arrecadação tributária e dos repasses das cotas do Fundo de Participação dos Municípios (FPE).
Retorno financeiro
Em termos financeiros, o investimento das empresas seria de aproximadamente R$ 30 milhões. No entanto, no período de um ano e meio, quando a usina de carbonização entrar em R$ 5.086.080,00 chegando, com despesas diversas, a uma receita líquida de R$ 2.322.060,00.
Entusiasta do projeto, a governadora em exercício Dora Nascimento resumiu: "Além dos lucros da iniciativa privada, teremos um salto de qualidade com a melhoria do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos nossos municípios".
O modelo de usina de carbonização apresentado para populações de até 650 mil habitantes é perfeitamente adequado à formação de consórcios entre os municípios Macapá, Santana e Mazagão.
"O prefeito Clécio Luís vai avaliar os projetos e conversar com os prefeitos de Santana e de Mazagão, pois é perfeitamente viável instalarmos uma usina de carbonização para atender aos três municípios", concluiu Alan Salles.
Regis Sanches/Secom

Nenhum comentário: