Em quatro anos da 
gestão dos deputados Moisés Souza (PSC) e Edinho Duarte (PP), como 
presidente e primeiro secretário da Assembléia Legislativa do Estado, 
respectivamente, a chamada “casa do povo” afunda cada vez mais em 
denúncias de desvio de recursos públicos, corrupção, formação de 
quadrilha, utilização de empresas fantasmas,contratos irregulares e uma 
série de outras irregularidades
Domiciano Gomes do Amapá 247 - Somente durante 
os primeiros 15 dias de abril duas ações partindo do Ministério Público 
Estadual (MPE) e uma decisão da Justiça Estadual revelaram novos 
escândalos envolvendo aquele poder.
No dia 2 de abril o MPE, por meio da Promotoria de Justiça de Defesa 
do Patrimônio Cultural e Público, deu entrada em 19 ações de improbidade
 administrativa por enriquecimento ilícito contra os deputados 
estaduais. Essas ações complementam outras quatro, propostas em abril de
 2012, contra os deputados Moisés Souza, Edinho Duarte, Junior Favacho e
 Michel JK.
As ações questionam os valores das diárias que eram de R$ 2.605,46 
(viagens intermunicipais), R$ 3.607,56 (viagens interestaduais) e R$ 
4.409,24 (viagens internacionais), porém depois do ingresso das 
primeiras ações, em abril de 2012, esses valores foram reduzidos para R$
 1.703,57 (viagens intermunicipais), R$ 2.405,04 (viagens 
interestaduais), ficando inalterado o valor para viagens internacionais.
Seis dias depois, ou seja, em 8 de abril o Ministério Público 
ingressou com mais uma denúncia contra o presidente Moisés Souza, o 
primeiro secretário, Edinho Duarte, e mais oito pessoas, dentre 
servidores da Casa de Leis e a proprietária da empresa D. Amanajás de 
Almeida – ME, que funciona com o nome de fantasia “Planet Paper”.
Desta vez, segundo apurou a investigação do MPE o prejuízo aos cofres
 públicos superou o montante de R$ 600 mil, por meio do pagamento de 
materiais de expediente e serviços de digitação, encadernação, fotocópia
 e plastificação de documentos que jamais foram entregues ou fornecidos.
O fato mais recente ocorreu dia 14 quando A juíza Alaíde Maria de 
Paula, da 4ª Vara Cível e de Fazenda Pública de Macapá, acolheu o pedido
 de liminar feito pelo MPE e decretou a “indisponibilidade de bens” em 
desfavor de vinte e um dos vinte e quatro deputados estaduais, além de 
servidores da Assembleia e a Fundação Marco Zero. O objeto da ação é 
provar a existência de atos de improbidade administrativa praticados na 
execução do Programa Legislativo Cidadão, sem a prévia licitação.
O valor total de transferência dos cofres públicos para a Fundação 
Marco Zero foi de R$ 2.788.560,08 milhões. Valor fixado pelo Poder 
Judiciário para ressarcimento pelos envolvidos.
Histórico
Eleitos em 2011 em uma eleição até hoje mal explicada, com apenas 9 
votos dos 24 deputados que compõe a casa, Moisés e Edinho imediatamente 
anteciparam o pleito seguinte um ano antes da data para a nova eleição. 
Os dois foram reeleitos para o segundo mandato com o apoio de 19 
parlamentares. Apenas Cristina Almeida e Agnaldo Balieiro (PSB) e 
 Marília Góes (PDT) decidiram não votar. 
Em junho de 2012, logo após a realização da Operação Eclésia pelo 
MPE, a justiça decretou o afastamento de Moisés do cargo de presidente e
 Edinho como 1º secretário da mesa diretora da Assembléia. Antes mesmo 
de encerrar o primeiro mandato na mesa diretora, os dois foram 
denunciados por formação de quadrilha, fraude em licitação, peculato, 
corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Ambos ficaram impedidos de exercer quaisquer atos inerentes aos 
referidos cargos até janeiro de 2014 quando retornaram, mesmo 
respondendo a cerca de 20 denúncias ajuizadas pelo MPE, quase todas 
relacionadas aos mesmos crimes que motivaram o afastamento em 2012. De 
acordo com o Ministério Público a soma dos recursos supostamente 
desviados soma mais de R$ 30 milhões.  
As denúncias que até recentemente se limitavam ao presidente e ao 1º 
secretário avançam também sobre outros membros da Casa e afunda cada vez
 mais o legislativo amapaense na maior crise de desmoralização da 
história do referido poder. 

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