quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Robson Rocha pode ser cassado pela Câmara de Santana

O pedido foi do vereador Richard Madureira e foi entregue em sessão desta terça-feira, 22. As galerias da Casa de Leis estiveram lotadas de populares que pressionaram os vereadores da base do prefeito até que os mesmo deixassem o plenário
 
A sessão da Câmara de Vereadores de Santana terminou vazia na noite de ontem, 03, após pressão da população contra os parlamentares que compõem a base do prefeito Robson Rocha. Sete dos 11 vereadores abandonaram o plenário e foram vaiados após negar a aprovação de requerimentos que solicitavam a presença de gestores municipais de Resíduos Sólidos, Infraestrutura e Administração para prestar esclarecimentos na Casa de Leis.
 
A sessão iniciou tensa com a denúncia e o anúncio do pedido de cassação feita pelo vereador Richard Madureira (REDE Sustentabilidade), contra do prefeito de Santana, Robson Rocha (PR), por suposto Crime de Responsabilidade e infrações político-administrativas. A denúncia foi levada à Câmara Municipal e deve ser encaminhada ao Ministério Público Federal e Estadual, com pedido de cassação do mandato do prefeito.
 
Moradores e líderes de movimentos sociais lotaram as galerias da Câmara com cartazes e reivindicações, para acompanhar o início do processo de cassação. A ausência de investimentos em setores da saúde, educação, o abandono de obras deixadas pelo governo passado, com projetos aprovados e dinheiro em conta, a falta de compromisso com empresas de coleta de lixo, transformando a cidade em uma verdadeira lixeira a céu aberto, a desvalorização de servidores públicos com atraso de pagamentos, a criação desnecessária de secretarias municipais e a terceirização de serviços públicos são apenas alguns dos problemas enfrentados pelos santanenses ao longo de dois anos e dez meses do mandato de Robson Rocha.
 
Em plenário, Richard Madureira criticou a falta de prestação de contas referentes aos anos de 2013 e 2014, após inúmeros requerimentos solicitando o envio ao legislativo de cópias das prestações de contas, porém, não foram atendidos. “O prefeito trata as contas públicas, como privadas, dando a elas total sigilo que a lei não dispensa. A prestação de contas que deveria ser apresentada é um instrumento que a Câmara pode utilizar para fiscalizar a execução orçamentária, como prevê o artigo 31 da Constituição Federal, e isso não ocorreu durante os trabalhos legislativos. É preciso dar um basta nisso”, disse.
 
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Favoráveis à cassação, famílias do bairro Piçarreira participaram da sessão reivindicando pelo direito à moradia. Segundo o líder do movimento, Wallaci Correa, cerca de 60 famílias ocupam a área invadida na região e não pretendem sair até o prefeito se posicione sobre a situação. “São casas que estão há mais de cinco anos construídas e a prefeitura não se manifesta para resolver a falta de moradia de centenas de moradores que precisam. Sem contar com as mazelas que esse município enfrenta com esta gestão desastrosa”, disse o morador.
 
A deficiência na coleta de lixo no município chega a deixar moradores mais de uma semana sem serviço e expostos ao contagio de doenças. “Solicitamos informações e solução para os problemas enfrentados pelos santanenses. Temos a certeza que após o pedido de cassação seremos perseguidos e desqualificados, mas continuarei fazendo outras denúncias até que o prefeito cumpra o compromisso que assumiu com o cidadão santanense”, afirmou o vereador Richard Madureira.
 
Na última semana, o parlamentar ofertou denúncia ao Ministério Público Federal (MPF), Procuradoria Geral da Justiça, Promotoria de Justiça Criminal e Tribunal do Júri de Santana, contra a conduta do prefeito Robson Rocha. A ação foi resultado do descumprimento à Lei Orgânica do Município que obriga o chefe do Poder Executivo a prestar contas à Câmara de Vereadores e ao Tribunal de Contas do estado.
 
Richard Madureira classifica a conduta do prefeito como uma verdadeira baderna à Constituição Federal e à Lei Orgânica do Município, protagonizando o colapso dos serviços públicos e ainda dificultando o acompanhamento e fiscalização das contas públicas, violando o que prevê os artigos nº 84 e 31 da Constituição.
 
O pedido de cassação deve ser analisado pelos vereadores na sessão da próxima quinta-feira, 05. 

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