Na
semana passada, os militantes e dirigentes do PSOL ocuparam as redes sociais,
se oportunizando do discurso da lealdade política em torno de alianças
eleitorais e acordos políticos entre os principais partidos de esquerda no Amapá
que foram protagonistas da Frente Popular (PT, PSB, PCdoB e PSOL) nas eleições
de 2014 que teve como candidato ao governo Camilo Capiberibe, que disputou a
reeleição e a candidata ao Senado, a petista Dora Nascimento.
Mas
parece que a militância do PSOL esqueceu de fazer a autocrítica quando o assunto
é falar da grande "trairagem" da eleição de 2014, apagando da memória o que as lideranças ensolaradas fizeram
no verão passado. Aqui é importante lembrar que o senador Randolfe Rodrigues e o
prefeito Clécio Luís, ambos do PSOL, foram a correia de transmissão ou os
principais articuladores da estratégia política de convencer o PSB a trair Dora
Nascimento e o PT para depositar votos em Davi Alcolumbre (DEM), visando o
cumprimento de acordo da eleição de 2012, no segundo turno, onde o PSOL foi
apoiado pelo hoje senador eleito em 2014.
Na campanha de 2014, os éticos do PSOL que atualmente condenam a
síndrome do escorpião do PSB e dos Capiberibe, após tentar viabilizar a
candidatura de do senador Randolfe ao governo, que não decolou pelo grande
desgaste do PSOL em Macapá, na época por conta das dificuldades do prefeito
Clécio Luis na gestão da Prefeitura de Macapá e dos ataques do Sistema
Beija-Flor comandados pelo ex-senador “boi de piranhas” Gilvam Borges, as lideranças
do PSOL acuadas e sem alternativa, procuraram garantir espaço na chapa
majoritária das esquerdas no Amapá.
Para
isso, Clécio e Randolfe trabalharam nos bastidores pra indicarem a vaga de vice
na chapa do ex-governador Camilo Capiberibe (PSB), abrindo assim espaço para o
acordo político de apoiar integralmente o nome de Dora Nascimento (PT) como
candidata ao Senado da República. Até aí tudo bem, se não fosse à falta de
compromisso do PSOL, do prefeito Clécio Luis (PSOL) e do senador Randolfe
Rodrigues (PSOL) em rasgar um acordo construído entre as lideranças do PT, PSOL
e PSB de apoiarem a candidata de esquerda da Frente Popular ao Senado.
O
prefeito Clécio Luis, chegou inclusive a participar da Convenção do PT que homologou
o nome de Dora Nascimento como candidata ao Senado, dando sua palavra aos
milhares de petistas presentes na Orla do Santa Inês. Mas tudo não passava de
jogo de cena e do ensaio para o veneno da síndrome de escorpião que estaria pra
ser injetado no PT durante a campanha.
Logo no início da campanha eleitoral, um vídeo que circulou nas
redes sociais do então Secretário da Prefeitura de Macapá, Maykon Magalhães,
que também é da Executiva Estadual do PSOL, apareceu coagindo servidores e
cargos comissionados da PMM a votar e pedir voto para o candidato Davi
Alcolumbre do DEM, afirmando que “a candidatura de Dora do PT não era para
valer”, quebrando o acordo com a coligação, que apoiava Dora Nascimento do PT
ao senado federal, iniciando assim, um processo de esvaziamento da candidatura
da petista.
É importante lembrar ainda, que o próprio senador Randolfe
Rodrigues, considerado por opositores internos do PSOL um dos maiores traidores
da esquerda, foi um dos maiores traidores de Dora Nascimento e também de Camilo
Capiberibe, já que ficou todo o primeiro turno do lado do então candidato ao governo
Lucas Barreto (PSD), que estava coligado com Davi Alcolumbre numa chapa
claramente de direita, empresarial e conservadora.
Quando
as pesquisas do Ibope apontavam a ida de Camilo Capiberibe e do atual governador Waldez Góes para o
segundo turno e uma possível vitória apertada de Gilvam Borges (PMDB) ao Senado
para Davi Alcolumbre, segundo informações dos bastidores do PSOL e do PSB, aí
se deu a cartada final da Operação Síndrome de Escorpião para trair Dora e o
PT.
Randolfe
e Clécio operaram pesado dentro do PSB para convencer o senador João Capiberibe
e o governador Camilo Capiberibe, sendo o elo da traição final para esvaziar a
candidatura do PT e eleger Davi Alcolumbre com a finalidade de derrotar Gilvam
Borges. As ordens então partiram de dentro do Palácio do Setentrião e do PSB
nas redes sociais do partido para traírem Dora. Um grande operação arquitetada
inicialmente pelo PSOL e abraçada pelo PSB.
Randolfe
só subiu no palanque da Frente Popular apenas no segundo turno, quando as
forças conservadoras do Estado, estavam praticamente todas com Waldez Góes
(PDT), incluindo Lucas Barreto. Como se constata, o PSOL é um dos principais
responsáveis pelo divisionismo da esquerda amapaense.
Diante
disso, chegamos à conclusão com a pergunta que não quer calar: O PSOL precisa
explicar pra sociedade amapaense por que também sofre de fato da Síndrome do
Escorpião?
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