Prefeito "socialista" Clécio Luís, repete tucanos e aciona justiça contra professores em greve para interditar a mobilização dos grevistas. Sindicalistas do PSOL e PSTU rebaixam a pauta para colaborar com "ajustes" do governo
Diante da mais combativa greve de trabalhadores da educação do município de Macapá, o prefeito Clécio Luís, do PSOL, numa tentativa desesperada de quebrar a mobilização, resolveu atacar o direito de greve e entrar com ação judicial, solicitando à “Justiça” o impedimento das ocupações de prédios públicos e de avenidas limítrofes ao edifício da prefeitura, da realização de piquetes, além do uso de bandeiras e faixas nesses prédios.
A medida direitista tomada por Clécio, o interdito proibitório, constitui-se num ataque direto à categoria em greve há mais de um mês, sendo este tipo de ofensiva patronal frequentemente utilizada por banqueiros, empresários e toda a sorte de governos antioperários que acionam a justiça burguesa como meio de criminalizar as greves e neutralizá-las “legalmente”.
Com a medida, a “Justiça”, atendendo ao pedido do prefeito determinou a proibição de ocupações de prédios públicos, especialmente o da prefeitura, assim como a ocupação da Avenida FAB (avenida mais importante do centro da Capital), a realização de piquetes, além do uso de bandeiras e faixas, assim como praticamente todo o método tradicional de luta da classe trabalhadora. Atendendo ao prefeito, a justiça ainda determinou que o descumprimento acarretará em multa de 10 mil reais ao sindicato da categoria.
Em clara ameaça aos grevistas, como qualquer governo burguês, Clécio avisou que não deixará de buscar “caminhos legais” para garantir o funcionamento de sua cúpula de gestão e ainda classificou, em nota oficial da prefeitura, a última ocupação legítima da prefeitura pelos trabalhadores de “ato isolado”, “sem o apoio da maioria” e “sem amparo legal”.
A mobilização histórica dos professores, iniciada na segunda semana de abril, à qual se somaram também os trabalhadores da saúde do município já tomou diversas vezes a Avenida FAB e ocupou duas vezes o prédio da prefeitura, encurralando o prefeito que desafia a categoria e insiste no aumento miserável de 4% para os trabalhadores que não cobre nem a inflação atual, em torno de 8%.
Com a intransigência do prefeito, a direção da Executiva Municipal de Macapá do SINSEPEAP (Sindicato dos Servidores Públicos em Educação no Amapá), controlada pelo PSTU/Conlutas e apoiada pela presidência do Sindicato, nas mãos do PSOL, resolveu mais uma vez rebaixar a pauta da categoria, que sob a orientação do PSTU/Conlutas reivindicava o já rebaixado percentual de 13,01% concedidos pelo governo federal, apresentando ao prefeito o pagamento desse percentual em duas parcelas e por último, já com a intervenção do PSOL, novo rebaixamento de pauta foi feito, diminuindo o percentual de 13,01% para 8%. Evidenciando a enorme disposição de arrego desses partidos diante do governo da “frente de esquerda“.
Tal política de rebaixamento constante da pauta para chegar a um acordo com a política de “ajuste” e arrocho salarial do governo psolista representa uma tremenda traição à luta dos trabalhadores. É preciso passar por cima da decisão do poder reacionário da “Justiça”, mantendo a greve, as mobilizações e os piquetes para obrigar o prefeito a atender as demandas e justas reivindicações dos trabalhadores que devem, igualmente, superar a direção sindical pelega da executiva municipal do sindicato e da direção geral da entidade, controlados pela esquerda pequeno-burguesa, PSTU e PSOL, tomando a base o direcionamento de sua própria luta de maneira independente dessa burocracia como único meio de garantir suas conquistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário