terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Eleição sob suspeita e gestão desastrosa de Robson Rocha levam Santana ao caos

Acusação de golpe eleitoral e aliança de grupos poderosos contribuiu pra levar  Santana ao caos

*Por Heverson Castro

A cidade de Santana tem enfrentado, nos últimos meses, um verdadeiro inferno astral por conta da péssima gestão do Prefeito Robson Rocha que já bate o teto dos 90% de rejeição junto à população, conforme dados de uma pesquisa do Instituto INPSON, que avaliou as gestões dos 16 municípios do Amapá, consequência de uma eleição contaminada com abusos de poder e de autoridade, tendo como protagonistas representantes de órgãos públicos fiscalizadores, com uso de aparelhamento público, cujos atos abusivos alteraram e comprometeram, em tese, o resultado das eleições de 2012, beneficiando diretamente o candidato à época que estava em segundo colocado nas pesquisas.


Em apenas dois anos de mandato, Robson desmontou os serviços públicos essenciais; atrasou salários dos servidores efetivos (o que não acontecia há dez anos); atacou os direitos da juventude acabando com o Passe-Livre dos estudantes (Santana era o único Município do Estado que oferecia esse benefício); abandonou a cidade, deixando ruas esburacadas e sujas, além de sofrer diversas denuncias de ato de improbidade administrativa, citando, por exemplo, ausência de publicação de atos oficiais e processos licitatórios, ilícitos praticados pelo Prefeito Robson Rocha que afrontam o principio da publicidade (Art.37, da CF/1988), ensejando, portanto, em responsabilidade civil e criminal (Decreto-Lei nº 201/1967 e Lei Federal nº 8.429/1992 – LIA).


Recentemente, o prefeito Robson Rocha numa tentativa desesperada de atrair aliados e garantir tempo de TV e rádio para o seu projeto de reeleição, resolveu se filiar ao Partido da República (PR), que no Amapá é controlado pela família Gurgel, que tem como principal cacique político o deputado federal reeleito Vinícius Gurgel. 


Mas, ao que tudo indica, a ida de Robson para o PR não foi de graça e a mudança de sigla pode custar caro ao povo santanense que já vem sofrendo dois anos com o descaso do prefeito. Para agradar o clã Gurgel e tentar garantir sua reeleição, o que seria algo quase impossível diante da alta rejeição popular, o prefeito Robson Rocha se indispôs até mesmo com a sua principal aliada da eleição de 2012: a deputada estadual Roseli Matos (DEM), promovendo uma exoneração em massa de todos os cargos da Secretaria Municipal de Educação (SEME) que foram indicados pela parlamentar.


A SEME, até então, era cota do grupo político de Roseli Matos e inicialmente foi comandada por Carlos Sérgio Monteiro, apontado como um dos principais articuladores e possível mentor do “golpe do motel A2” que garantiu nos últimos dias de campanha a vitória eleitoral de Robson Rocha, em 2012, tendo como supostos protagonistas o Promotor Eleitoral responsável pelas eleições daquele ano e um delegado da Polícia Federal, ambos denunciados pelo PT local. A falsa “denúncia” dava conta que o ex-prefeito Antonio Nogueira e a atual deputada federal Marcivânia Flexa, então candidata à sucessão, ambos do PT, estariam trancados num quarto do motel com dinheiro para comprar votos, calunia que foi desmascarada pela própria Juíza Eleitoral que mandou os responsáveis pelos atos abusivos se retratarem imediatamente com a emissão de uma “nota de esclarecimento”, o que não foi cumprido no tempo estipulado pela Justiça Eleitoral, que deveria ocorrer antes da eleição.  


A farsa montada foi denunciada e está sendo investigada até hoje pela justiça eleitoral. Nenhum indício foi encontrado contra Nogueira e Marcivânia. O Partido dos Trabalhadores de Santana formalizou representações contra o Promotor de Justiça eleitoral, por afinidade com a candidatura de Robson Rocha, e o então Delegado da Polícia Federal que cumpriu mandado judicial em horário proibido por lei, ato abusivo que refletiu negativamente contra a candidatura de Marcivânia Flexa para beneficiar a candidatura de Robson Rocha.  


A falsa denúncia foi espalhada na cidade de forma rápida, com a distribuição de panfletos endossada com fotos de carros da Polícia Federal saindo do motel e com os militantes da oposição em movimento “combinado” de protesto, alardeando o inexistente “flagrante”. A notícia foi propalada “como fato verdadeiro” pela cidade e pela imprensa falada e televisionada, com destaque especial da TV AMAPÁ (Rede Globo) onde o primo do candidato Robson Rocha trabalha e possui grande influência nas edições jornalísticas. Como faltavam apenas dois dias para a eleição, Marcivânia saiu derrotada com menos de 652 votos de diferença. Ela ainda tentou reverter a mentira, mas, não teve tempo suficiente.


Dias depois da eleição, através de decisão judicial, a superintendência da Polícia Federal no Amapá foi obrigada a divulgar nota dizendo que nada fora encontrado no motel. Nem pessoas, nem dinheiro. Que teria ocorrido uma denúncia “falsa” e “anônima”. No entanto, nada mais pode ser feito. O atual prefeito foi diplomado e empossado. Agora, dois anos depois, o povo sente o gosto amargo do arrependimento de ter votado em Robson Rocha e ter acreditado num golpe que contou com a conivência de setores da imprensa que, no afã de divulgar um furo de reportagem, acabaram contribuindo para entregar a prefeitura nas mãos da oligarquia Rocha.


Na eleição de 2014 ficou provada a relação estreita entre Robson Rocha e Marcos Reátegui. A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) e o Ministério Público Federal (MPF) denunciaram o envolvimento do prefeito na captação ilícita de votos e no uso da máquina pública através da Prefeitura de Santana para beneficiar o seu candidato a deputado federal, Marcos Reátegui e a sua irmã, Mira Rocha, reeleita deputada estadual.


O apoio de Robson Rocha ao delegado da Polícia Federal, Marcos Reátegui nas eleições de 2014, seria o suposto pagamento de uma “dívida política” com o hoje deputado federal, que teria ajudado e contribuído de forma direta e indireta para eleger o candidato Robson Rocha nas eleições de 2012 com o uso de sua força e influência política no Estado do Amapá. 


Por esses e tantos outros desmandos é que o Município sofre com a falta dos serviços públicos e sua população fica sem perspectiva de melhora, vez que, em apenas dois anos, Robson Rocha faz ressurgir mazelas que há mais de 8 anos já estavam resolvidas. 


O prefeito não conseguiu pagar em dia o salário do mês de dezembro de servidores efetivos, nem dos contratos administrativos, atrasou os salários de contratos administrativos e os bancos não fazem empréstimos consignados para os servidores com medo de não receberem o dinheiro da atual gestão, deixando os servidores sem crédito na cidade. Os repasses dos recursos descontados dos servidores para a Previdência, também não estão sendo repassados, o que caracteriza, em tese, crime de apropriação indébita previdenciária. 


A pressão da opinião pública e dos servidores inconformados com os ataques aos seus direitos provocou pressão na direção do Sindicato dos Servidores Municipais de Santana (SSMS), que em meados de janeiro deflagrou estado de greve. Agora, a categoria está em alerta e caso o prefeito não atualize o pagamento dos servidores, uma greve será deflagrada pra garantir os direitos dos trabalhadores.


Somado a isso, pipocam notícias negativas contra a gestão Robson Rocha, como o cancelamento do Passe Livre Municipal aos estudantes, o calote aos artistas locais que não receberam dinheiro do Santana Verão e denúncias de um jornal local, baseadas no Portal da Transparência do Governo Federal de que cerca de 4 milhões de reais para a reforma e ampliação de escolas teriam desaparecido da conta da prefeitura em 2014. 


É um verdadeiro caos administrativo e financeiro que atinge diretamente a economia do segundo maior município e reflete diretamente na vida do povo santanense que não vê os serviços básicos como coleta de lixo e tapa buracos serem executados, ao mesmo tempo em que paga seus impostos para ter uma cidade abandonada e cheia de buracos, com obras da gestão passada paralisadas e com nenhuma obra sequer iniciada em 2 anos de gestão, escolas caindo no chão e Postos de Saúde não funcionando 24 horas conforme foi prometido pelo atual prefeito, em campanha.


O descaso institucional tem refletido negativamente na economia do município, já que com atrasos salariais, obras paralisadas e a inexistência de investimentos federais por conta da inadimplência da prefeitura junto ao Governo Federal, o comércio frágil da Av. Santana e da Rua Salvador Diniz (Via Modelo) começa a sentir queda nas vendas do final de ano e do início de 2015. Já há casos de comerciantes que ameaçam demitir trabalhadores e até mesmo encerrar suas atividades por conta do caos econômico ocasionado pela má gestão de Robson Rocha. Alguns empreendimentos fecharam as portas, como foi o caso da Tom Importadora.


São tantos os desmandos em apenas 2 anos de gestão que condenam a cidade e os seus moradores ao abandono e à baixa estima, pois não se vislumbra um futuro promissor para o Município. Nada foi feito e sequer planejado. Ocorreu um grande estelionato eleitoral que paralisou o Município de Santana com graves prejuízos à população que sofre com os descasos e desmandos perpetrados pelo prefeito Robson Rocha e sua desastrada administração. 

É preciso que todos acordemos! Vereadores, Associações, Sindicatos, Grêmios Estudantis, autoridades judiciárias... População, em geral. Ou cuidamos da nossa cidade cobrando o respeito que ela merece, ou logo ficaremos a “ver navios”, sem saber o que fazer.

Heverson Castro é blogueiro, radialista e apresenta o programa Santana em Debate pela rádio Onda Livre

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