terça-feira, 15 de março de 2016

Suspeição: Entidades defendem apoio ao judiciário do Amapá, apesar de oitiva do STJ envolver desembargadores

Setores do Judiciário do Amapá, que vai julgar corrupção na Assembleia Legislativa, também estariam na mira do STJ,
O Movimento Mãos Limpas, um grupo de pessoas que se intitula defensores do combate a corrupção, afirma que vai protestar a favor da justiça e contra corrupção nesta quarta-feira, 16, junto com o Movimento Brasil Livre, um arremedo de movimento social, que na verdade tem viés golpista e é formado por mauricinhos tucanos de classe média e simpatizantes do PSDB.

Os organizadores afirmam que vão protestar em defesa do Judiciário e contra a corrupção, mas na verdade esquecem de protestar e cobrar a apuração sobre o inquérito  1.077 do STJ (Operação Mãos Limpas) que recentemente realizou outiva com desembargadores do Amapá.

O mais estranho é que alguns dos desembargadores que estão sob a mira do STJ também vão participar dos julgamentos desta quarta-feira, 16, no processo da Operação Eclésia, que apura desmandos na Assembleia Legislativa do Amapá.

Mãos Limpas
O inquérito 1077 do STJ sob o despacho do ministro  João Otávio de Noronha (foto acima) diz que o inquérito tem por objetivo investigar a existência de possível associação criminosa com núcleo sediado no Tribunal de Justiça e no Ministério Público Estadual (MPE), “onde já, desde longa data, se estaria praticando, em tese, corrupção, prevaricação e outros crimes contra a administração e a paz pública”.

No mínimo é estranho que desembargadores que são alvos de um inquérito no STJ sobre a Operação Mãos Limpas, participem de um julgamento envolvendo deputados da Assembleia Legislativa, o que coloca em suspeição a seriedade e o desfecho do caso, principalmente se levarmos em consideração a suposta delação do deputado Moisés Souza (PSC), que teria citado o nome de membros do Tribunal de Justiça (Tjap), algo já quase confirmado após o vazamento de um áudio e um vídeo, inclusive publicado neste blog.
Edinho Duarte e Moisés Souza são réus em processos da Operação Eclésia
Eclésia versus Mãos Limpas

Moisés Souza é um dos réus neste julgamento da Operação Eclésia e teria confirmado a suspeita do STJ sobre o suposto envolvimento de desembargadores em trocas de favores com a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas do Estado na nomeação de parentes e pessoas próximas a magistrados

A paradoxa manifestação ocorre no mesmo momento em que o Pleno do Tribunal de Justiça, que tem desembargadores na mira do STJ, julgará a Ação 1417, onde figuram como acusados de desviar mais de R$ 5 milhões dos cofres públicos, o presidente afastado da Assembleia Legislativa, deputado Moisés Reátegui de Souza e o ex-deputado estadual Edinho Duarte.
Se os acusados forem condenados e o Tribunal de Justiça acompanhar o recente entendimento do Supremo Tribunal Federal, todos serão encaminhados para o Sistema Prisional para o início do cumprimento de suas sentenças.
Ato em defesa do Judiciário
O ato iniciará às 8 horas, em frente ao TJAP e continuará até o final do julgamento da Ação 1417.
A população deve ficar em alerta, pois se é pra combater a corrupção, não se pode combater apenas na Assembleia Legislativa de forma seletiva, mas é preciso cobrar a apuração das denúncias e suspeitas de supostos desmandos no Tjap e outros poderes.

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