Setores do Judiciário do Amapá, que vai julgar corrupção na Assembleia Legislativa, também estariam na mira do STJ, |
O Movimento Mãos Limpas, um grupo de pessoas que se intitula defensores do combate a corrupção, afirma que vai protestar a favor da justiça e contra corrupção nesta quarta-feira, 16, junto com o Movimento Brasil Livre, um arremedo de movimento social, que na verdade tem viés golpista e é formado por mauricinhos tucanos de classe média e simpatizantes do PSDB.
Os organizadores afirmam que vão protestar em defesa do Judiciário e contra a corrupção, mas na verdade esquecem de protestar e cobrar a apuração sobre o inquérito 1.077 do STJ (Operação Mãos Limpas) que recentemente realizou outiva com desembargadores do Amapá.
O mais estranho é que alguns dos desembargadores que estão sob a mira do STJ também vão participar dos julgamentos desta quarta-feira, 16, no processo da Operação Eclésia, que apura desmandos na Assembleia Legislativa do Amapá.
Mãos Limpas
O inquérito 1077 do STJ sob o despacho do ministro João Otávio de Noronha (foto acima) diz que o inquérito tem por objetivo investigar a existência de possível associação criminosa com núcleo sediado no Tribunal de Justiça e no Ministério Público Estadual (MPE), “onde já, desde longa data, se estaria praticando, em tese, corrupção, prevaricação e outros crimes contra a administração e a paz pública”.
No mínimo é estranho que desembargadores que são alvos de um inquérito no STJ sobre a Operação Mãos Limpas, participem de um julgamento envolvendo deputados da Assembleia Legislativa, o que coloca em suspeição a seriedade e o desfecho do caso, principalmente se levarmos em consideração a suposta delação do deputado Moisés Souza (PSC), que teria citado o nome de membros do Tribunal de Justiça (Tjap), algo já quase confirmado após o vazamento de um áudio e um vídeo, inclusive publicado neste blog.
Edinho Duarte e Moisés Souza são réus em processos da Operação Eclésia |
Eclésia versus Mãos Limpas
Moisés Souza é um dos réus neste julgamento da Operação Eclésia e teria confirmado a suspeita do STJ sobre o suposto envolvimento de desembargadores em trocas de favores com a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas do Estado na nomeação de parentes e pessoas próximas a magistrados
A paradoxa manifestação ocorre no mesmo momento em que o Pleno do Tribunal de Justiça, que tem desembargadores na mira do STJ, julgará a Ação 1417, onde figuram como acusados de desviar mais de R$ 5 milhões dos cofres públicos, o presidente afastado da Assembleia Legislativa, deputado Moisés Reátegui de Souza e o ex-deputado estadual Edinho Duarte.
Se os acusados forem condenados e o Tribunal de Justiça acompanhar o recente entendimento do Supremo Tribunal Federal, todos serão encaminhados para o Sistema Prisional para o início do cumprimento de suas sentenças.
Ato em defesa do Judiciário
O ato iniciará às 8 horas, em frente ao TJAP e continuará até o final do julgamento da Ação 1417.
A população deve ficar em alerta, pois se é pra combater a corrupção, não se pode combater apenas na Assembleia Legislativa de forma seletiva, mas é preciso cobrar a apuração das denúncias e suspeitas de supostos desmandos no Tjap e outros poderes.
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