sábado, 1 de março de 2014

Carta Compromisso do PT proibiria apoios de Marcivânia e Zé Luiz ao PSD de Lucas Barreto

O PT nacional divulgou esta semana o documento intitulado “Carta Compromisso do Candidato e da Candidata Petista” que rege as diretrizes programáticas e o compromisso político de todos os petistas que deverão disputar cargos eletivos em 2014. A assinatura do documento é obrigatória para todos, inclusive pra quem vai disputar reeleição. 

“Ao firmar este documento, as candidatas e os candidatos do PT reiteram seu compromisso com as deliberações partidárias e explicitam sua concordância com as regras específicas de relacionamento entre o partido e os militantes que disputam eleições, bem como os que serão eleitos”, diz trecho do documento. 

Mas o que mais chama a atenção e cai como uma luva na realidade dos petistas amapaenses é a parte que fala sobre a proibição de apoios à candidatos de outros partidos. “É proibido realizar atividades de campanha eleitoral ou peças publicitárias com candidatos (as) de outros partidos, ou as denominadas dobradinhas, salvo no caso de coligações eleitorais aprovadas em Convenção”, afirma o documento que pode comprometer o pragmatismo eleitoral já articulado nos bastidores por algumas lideranças.

O PT do Amapá caminha para uma reedição de uma aliança com o PSB, PCdoB e outros partidos, que já discutem inclusive a possibilidade de uma candidatura própria ao Senado na perspectiva de uma candidatura de reeleição do governador Camilo Capiberibe. O nome mais forte até agora colocado e que contaria com o apoio da base do governo é o da vice-governadora Dora Nascimento, que tem até a simpatia de setores do PSOL.

Lucas Barreto do PSD que nacionalmente é presidido por Kassab e no Amapá por Eider Pena, deputado acusado de grilagem de terras da União e defensor de sojeiros e do agronegócio no Amapá
Mas isso pode virar um problema de disciplina partidária para casos como o da ex-deputada Marcivânia Flexa e do deputado estadual Zé Luiz, irmão do ex-prefeito Antônio Nogueira. Entre os casos mais emblemáticos está o de Marcivânia que já confidenciou juntos com membros do seu grupo político que vai apoiar o candidato Lucas Barreto (PSD), antes mesmo do PT decidir em encontro quem irá apoiar para o governo.

A decisão seria irreversível apontou um irmão da ex-deputada e Lucas teria o compromisso de ajudar a financiar junto com grandes empresários, até mesmo ligados à grilagem de terras e ao agronegócio, a candidatura da petista pra Câmara Federal. 

Em Santana diversos petistas e dirigentes estão revoltados com Marcivânia ao lembrarem que em 2012, Lucas Barreto apoiou o atual prefeito de Santana, Robson Rocha (PTB), contribuindo para a derrota da petista, na época com um vice do PSB, rompendo assim o ciclo histórico de oito anos de governos do PT na segunda maior cidade do Amapá. 

O PT teria perdido a eleição após uma armação eleitoral forjadas pelos adversários que apoiavam Robson Rocha, criando às véspera da eleição uma falsa prisão envolvendo o ex-prefeito Antônio Nogueira e a candidata Marcivânia num motel da cidade. A PF na verdade não prendeu ninguém e a farsa foi desmontada recentemente. Na época teria contado com o apoio de Lucas Barreto, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL) e Moisés Souza (PSD), que apoiaram o atual prefeito.

Marcivânia e Zé Luiz já declararam que mesmo que o PT decida coligar com o PSB, os mesmos não vão apoiar a reeleição de Camilo Capiberibe. Na semana passada Zé Luiz fez um discurso duro na Assembleia Legislativa contra o governador Camilo Capiberibe e o aliado PSB, bem aos olhos do deputado Joel Banha, que é o presidente do PT no Amapá.

O documento diz ainda que “os (as) candidatos (as) deverão destinar obrigatoriamente espaço significativo nos materiais de propaganda aos candidatos majoritários, à legenda partidária e, quando houver, à coligação”. Ou seja, Marcivânia Flexa e Zé Luiz que são os ditos indisciplinados que até agora remam contra o sentimento da maioria partidária terão que pedir votos para os candidatos majoritários em suas propagandas, inclusive de TV e rádio.

Há quem diga no PT que caso os trechos da Carta Compromisso venham a ser desrespeitados pelos candidatos (as) durante o processo eleitoral, a direção estadual da legenda pode tomar medidas duras como até mesmo cassar o direito de aparecer no programa eleitoral de TV e rádio e sanções que podem até mesmo resultar em expulsão após o período eleitoral.

Mas há também quem diga que não é um documento ou um “estatutozinho” do PT que vai proibir ou disciplinar estas ditas lideranças que sempre colocaram seus interesses pessoais acima do partido em diversos processos eleitorais e sempre ficaram impunes.

O documentos pode ser lido na íntegra no site http://www.pt.org.br/arquivos/compromisso_partidario_do_candidato_2014fev20.pdf

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