sábado, 19 de janeiro de 2013

Crise na prefeitura de Macapá: “Mais perdidos que cego em tiroteio”


Os desencontros nas decisões sobre a saúde municipal no governo Clécio pode ser fruto da inexperiência administrativa do PSOL

Do blog do Nezimar Borges - http://nezimarborges.blogspot.com.br/

“Mais perdidos que cego em tiroteio” foi o jargão popular mais ouvido recentemente como forma de definir a trapalhada, ou melhor, a falta de sintonia entre o secretário de saúde do município, Anderson Walter e o prefeito de Macapá, Clécio Luis. Em meio ao caos na saúde do município herdado da gestão do ex-prefeito Roberto Góes, os novos gestores deram sinais que não estão se entendendo.

Na última quinta-feira (17) o prefeito Clécio Luís, decretou, Situação de Emergência na Saúde e também nos setores de Urbanização, Administração, Finanças e Meio Ambiente, pedindo a sociedade 90 dias para que a Prefeitura encontre soluções e os problemas sejam resolvidos. No mesmo dia o secretário Anderson Walter anunciou também o fechamento das unidades de saúde que funcionavam 18 e 24 horas. “As unidades de saúde estão precárias, postos da zona rural não possuem remédios nem condições de atendimento, além das dívidas com fornecedores, que deixam a situação ainda mais dramática”, declarou o secretário, afirmando ainda que era uma decisão difícil, porém a gestão não seria irresponsável em manter os serviços funcionando sem nenhuma condição.

A decisão do secretário foi no mesmo dia confirmada por meio de nota da coordenadoria de comunicação do município informando que “por um curto período de tempo, alguns serviços ficariam suspensos, podendo haver a necessidade de interrupção temporária dos Prontos Atendimentos em quatro Unidades que funcionam por 18h e 24h”. Na sexta-feira, provavelmente devido a repercussão negativa da decisão anunciada, o prefeito procurou veículos de comunicação com um anúncio diferente do feito pelo seu auxiliar. Clécio disse que nenhuma unidade de saúde vai fechar e, portanto os serviços serão mantidos mesmo com as dificuldades apontadas pelo secretário.

A mudança de decisão revelou que a medida tomada estava equivocada e que era preciso voltar atrás, haja visto que a população votou em Clecio para colocar o serviço de saúde para funcionar e não para interrompe-lo como haviam decidido. No entanto o episódio deixa claro que a falta de experiência administrativa faz falta em uma hora dessas, afinal gerir o município de macapá é a primeira experiência administrativa no comando do executivo do pequeno Psol. Allém do mais a situação mostrou claramente que existiu neste caso falta de sintonia entre o gestor da capital e seus assessores imediatos. Mesmo Walter tendo afirmado ser irresponsabilidade manter o funcionamento dos serviços, o prefeito decidiu mantê-los.
Clécio juntamente com o senador Randolfe Rodrigues, e vereadores da capital procuraram o Ministério Público do Estado para dar conhecimento dos principais problemas encontrados pela atual gestão da prefeitura. Foi entregue ao procurador-geral de Justiça do MP-AP, em exercício, Márcio Alves, o relatório sobre a precariedade estrutural da cidade. Além dos problemas circunstanciais de Macapá, Clécio Luís relatou inúmeras irregularidades encontradas na prefeitura, como: fraude na folha de pagamento, unidades de saúde sem funcionamento, ambulâncias e ambulanchas paradas e infraestrutura sem condições de trabalho.

A expectativa agora gira em torno da necessidade de entrosamento da equipe de governo para a solução dos problemas. O desafio do prefeito Clecio é grande, afinal existe o compromisso de colocar para funcionar minimamente a saúde do município ainda no plano emergencial dos cem dias.

Nenhum comentário: