domingo, 5 de junho de 2011

PF investigará suposto esquema de extorsão e chantagem na SEED

Do Diário do Amapá

Macapá (AP) - A secretária de Estado da Educação, Mirian Corrêa, juntamente com o procurador geral do Estado, Márcio Figueira, denunciaram, nesta sexta-feira, 3, à Polícia Federal, uma tentativa de chantagem, feita por um representante de uma prestadora de serviço, que se identificou como "Leite", da LMS Vigilância e Segurança Privada. De acordo com a titular da Seed, a abordagem foi feita, na quinta-feira, 2, ao Gerente de Núcleo da secretaria de educação, Sávio Flexa e visava a prorrogação do contrato da firma, no valor de R$ 43 milhões, com o Governo do Amapá, que encerrará em setembro de 2011.

"Desde o início de nossa gestão, procuramos, através de estudo técnico, sanear as contas da Secretaria. Entre os contratos vigentes está o da prestação de serviços de vigilância por parte da LMS. Com o esforço da nossa equipe, teremos como economizar neste campo, onde estamos optando entre realizar licitação ou ainda transferir os vigilantes para a Unidade Descentralizada de Execução (UDE) da Seed, que administra as merendeiras e serventes com recursos do Caixa Escolar, com um custo de R$ 28 milhões", explicou a secretária.

Conforme Mirian Corrêa, o representante da empresa abordou o gerente da secretaria e disse que o contrato da firma com a Seed seria prolongado a qualquer custo. Foi então que Leite teria mostrado -em um computador portátil - ao servidor da Seed, um vídeo com imagens do marido de Mirian recendo dinheiro, supostamente propina no valor de R$ 115 mil.


"Há três meses, a LMS tenta conversar comigo, mas nunca os recebi. Então a abordagem foi feita ao meu gerente e em tom ameaçador. O servidor disse ao Sávio que não perderiam o contrato com a Seed por nada, mesmo que fosse preciso usar as armas que eles possuem. Foi quando o tal Leite mostrou partes de um vídeo e, que segundo ele, comprometem o Governo", disse a titular da secretaria.

Segundo Mirian, seu marido, Edilberto Silva, é gerente empresarial da Caixa Econômica Federal (CEF/AP), um funcionário de carreira da instituição bancária há 23 anos. Para a gestora da educação, a empresa abriu uma conta de pessoa jurídica no banco somente para tratar com seu esposo.

"A LMS abriu uma conta na CEF, banco que a empresa não usava antes, no intuito de se aproximar do meu marido. Eles tentaram uma aproximação através do meu esposo, mas entendo que não é papel de secretário de Estado receber empresários, isso é atribuição da Coordenadoria de Administração e Finanças. Estou tranquila quanto minha gestão e acredito que este vídeo é montado", esclareceu a secretária.

PF deverá investigar jornalista
Outro fato lamentável deste caso é a suposta tentativa de extorsão, por parte de um jornalista local, que teria enviado uma mensagem de texto, via celular, à secretária Mirian Corrêa. A titular da Seed desconfia de chantagem e o fato também foi protocolado no inquérito da Polícia Fe-deral.

A mensagem diz: "Tenho um vídeo que compromete seu marido Beto com empresa de vigilância. Gostaria de ouvi-la antes de colocar no ar".

"Quando li a mensagem, entendi que estou sendo chantageada. Não só pela LMS, mas também pelo jornalista em questão. Presumi que seria algum tipo de negociação, não pensei duas vezes. Imediatamente comuniquei ao governador Camilo Capiberibe e denunciei os fatos à Polícia Federal", pontuou Mirian Correa.

Governador pedira investigação paralela
Após tomar conhecimento, o governador Camilo Capiberibe determinou apuração imediata dos fatos. De acordo com o procurador Geral do Estado, Márcio Figueira, além de protocolar a denúncia, o Estado tomará as medidas legais para, após a apuração dos fatos por parte da PF, entrar com representação contra a LMS por tentativa de extorsão e coação da gestora da Seed.

"Apresentamos a notícia crime junto à PF pedimos a abertura de inquérito policial Federal. A LMS já está sob investigação da Federal e parece que a empresa pratica, de maneira corriqueira, a chantagem e extorsão", comentou o procurador geral.

Marcio Figueira disse ainda que acionará a Polícia Civil do Estado, para que investigue paralelamente à Polícia Federal, a tentativa de extorsão.

"Não admitiremos nenhum tipo de pressão ou chantagem para prorrogar este contrato. Além da investigação Federal, acionaremos a Polícia Civil para investigar este caso paralelamente à PF e quais medidas judiciais tomaremos contra a LMS, porque essa tentativa de chantagem não pode ficar impune", finalizou Márcio Figueira.

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