segunda-feira, 27 de junho de 2011

Empregos com carteira assinada no Amapá somam 12.876 postos de trabalho no ano

Comércio e serviços garantiram 800 vagas do total de novas contratações, o que reflete em grande parte os investimentos em educação, saúde, segurança e transporte

Do Diário do Amapá
 
O número de trabalhadores com carteira assinada no Amapá chegou a 12.876 nos cinco primeiros meses do ano, com um saldo positivo de 841 novos empregos gerados no período, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho.Os dados do CAGED demonstram que a economia do Estado está retomando seu crescimento, principalmente entre os setores da iniciativa privada que mais contratam. Comércio e serviços garantiram 800 vagas do total de novas contratações, o que reflete em grande parte os investimentos em educação, saúde, segurança e transporte que vem fazendo o Governo do Estado, responsável por mais de 50% da economia amapaense.
 
O desempenho no mês de maio coloca o Amapá à frente de outros estados da região Norte, como Pará, Tocantins , Rondônia e Roraima na variação positiva em relação ao mês anterior. Em abril passado, o Amapá já ti-nha registrado desempenho positivo na criação de empregos, com 469 novos postos de trabalho, chegando a figurar em primeiro lugar no percentual de crescimento da região, com 0,77%, e acima da média nacional para o período, que foi de 0,75%.
 
É o melhor desempenho do Estado para toda a série histórica do CAGED, que começou em 2003, em relação aos períodos que coincidem com o primeiro ano das novas gestões no Executivo estadual. Em abril de 2003, o estoque de assalariados com carteira assinada ficou no vermelho, batendo o fundo do poço com menos 588 postos de trabalho. Quatro anos depois, em 2007, houve um crescimento pequeno, que permitiu 120 novos empregos formais. Os 469 novos empregos registrados em abril deste ano representam quatro vezes mais trabalhadores recebendo com carteira assinada do que em abril de 2003.
 
Termômetro de qualquer economia, o comércio garantiu 220 novos empregos até maio deste ano, mesmo com o principal motor da economia local, o Go-verno do Estado, enfrentando uma grave crise financeira que inclui um déficit orçamentário de mais de R$ 300 milhões e outros R$ 600 milhões , entre dívidas com fornecedores, previdenciárias e de custeio da máquina pública herdadas de 2010. O desempenho do comércio se deve, em grande parte, à retomada da capacidade de investimento do governo estadual e ao pagamento das dívidas com empresas e fornecedores. Até o início de junho, segundo dados da Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Tesouro (Seplan), o governo já investiu mais de R$ 33 milhões em obras e instalações, como a Rodovia Norte-Sul, que vai ligar o bairro Infraero II à Rodovia Duca Serra, além de ter quitado cerca de R$ 34 milhões de débitos da gestão passada com fornecedores e empresas. 

Setor comercial está entre os que mais geraram empregos

Do total de empregos gerados no comércio, o setor atacadista garantiu 203 novas contratações. Para Itamar Sarmento da Costa, diretor comercial do Armazém Brasil e um dos sócios da rede de supermercados Favorito, o número de contratações demonstra o bom desempenho do setor neste início de ano. 

"Tivemos um crescimento médio de 14% nestes cinco meses. Descontada a inflação, fechamos o período com um crescimento real de 8,5%", diz o empresário. O aumento no faturamento da empresa também sugere a ampliação no quadro de pessoal para atender a demanda. "O crescimento reflete na geração de empregos. Se você cresce 14%, é um crescimento alto para que se mantenha a mesma equipe. Com certeza vai ser preciso contratar mais", ressalta.

O setor atacadista de alimentos é um excelente indicador do que está ocorrendo na base da pirâmide social do Estado. "Nosso público-alvo são os pequenos mercadistas. Isso significa que as classes C e D estão tendo mais dinheiro para comprar alimentos, porque são esses mercadistas que estão mais próximos dessas classes, atendendo as suas necessidades", explica Itamar.
 
São essas classes, avalia o empresário, que mais sentem o impacto dos investimentos feitos pelo poder público. Segundo Itamar, é possível fazer um alinhamento entre a melhoria do poder aquisitivo das classes C e D e as obras do governo, porque esses trabalhadores são absorvidos nas frentes de obras abertas na construção civil, na prestação de serviços gerais, entre outras áreas onde os recursos do governo são empregados.

"O governo é o maior empregador, é quem realmente sustenta a nossa economia, juntando a isso as empresas que prestam serviço para o governo. Se as empresas estiverem recebendo normalmente, com certeza absoluta é um movimento que vai refletir no pequeno empresário, no mercadinho e, em consequência disso, também no nosso crescimento. Se não estivesse circulando dinheiro no Estado, com certeza o nosso crescimento não seria possível, porque o comércio, que é o segundo maior empregador, gira em função do recebimento dos repasses do governo para empresas, para os funcionários. Se não estivesse girando dinheiro do governo, não estaria girando di-nheiro no comércio", avalia o empresário.

Construção civil retoma atividade com invetimentos do Governoo do Estado

A construção civil já percebe a retomada da capacidade de investimento do Governo do Estado. Até o mês de junho, foram cerca de R$ 33 milhões empregados em obras e instalações. Somente na área da educação, o montante repassado paraa construção e reformas de escolas chegou a R$ 7 milhões. Somados aos R$ 2,3 milhões utilizadas nas reformas emergenciais de 77 escolas em dez municípios, o setor da educação investiu na economia mais de R$ 9 milhões. A regularização das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) trouxe mais recursos para o setor. São R$ 85 milhões de recursos federais, mais R$ 19 milhões de contrapartida do governo estadual que geram 117 empregos diretos, além de outros 190 novos postos de trabalho abertos com o início da segunda fase do programa ainda em 2011. Outra investimento de impacto é o Hospital de Santana, que estava paralisado havia mais de quatro anos. São R$ 3 milhões, sendo que R$ 1,6 milhão é do GEA e outro R$ 1,4 milhão vem de emenda da bancada federal, para a construção de um novo bloco de dois pavimentos com 110 leitos para todas as especialidades.
 
A movimentação financeira das obras do governo influenciou no saldo positivo de 69 empregos formais na construção civil do mês de maio, segundo o CAGED. De acordo com empresários, a tendência é de mais crescimento, já que o governo está iniciando novas obras, além da regularizar as dívidas da gestão passada. "O ano começou com a recessão fruto da crise vinda de 2010. Os primeiros meses foram de organização, mas agora houve uma ação do governo, que foi regularizar o pagamento das empresas, e voltei a contratar", avalia Bira Macedo, da empresa Elos Enge-nharia. Com a reativação das obras, ele contratou 11 com carteira assinada em abril. "Agora no dia 1º de junho, com a retomada de mais um projeto, contratei mais nove funcionários. A minha previsão é chamar outros sete no mês que vem", avalia. 

Para o empresário Joel Santos, à frente das obras da nova da Escola Estadual Augusto dos Anjos, no bairro do Laguinho, a forma de pagamento das empreiteiras que trabalham para o governo é um diferencial da atual gestão. 

“Este governo está tratando a construção civil do Amapá com seriedade. Eu tinha vários pagamentos atrasados desde o início de 2010 e sem isso não temos como contratar pessoal", destaca o Joel, que já contratou 40 funcionários entre os meses de maio e junho. "O funcionamento da máquina está mais eficiente. Há uma parceria com o empresário, porque ele faz e recebe. Faltava responsabilidade do governo passado com a gente. Após a fiscalização do andamento da obra, você dá entrada na fatura e uma se-mana depois já está recebendo o valor", afirma Alessandra Martins, administradora da Martins Construção, que executa as obras da nova Escola Estadual Retiro Santo Antônio, na comunidade do Santo Antônio, em Macapá. 

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